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Frequentemente confundido com linfedema ou obesidade, o Lipedema (síndrome gordurosa dolorosa) é uma doença crônica que tem características próprias. Embora caracterizado pelo depósito de gordura, a condição que abordaremos aqui não está diretamente ligada ao excesso de peso.
Atualmente ainda não existe um exame laboratorial específico para auxiliar no diagnóstico, mas uma entrevista e exame físico detalhados são suficientes para definir se a paciente é portadora.
Os sintomas variam entre as pessoas, mas a desproporção entre a parte inferior e superior do corpo é muito característica. Muitas vezes, apesar da dieta e atividade física regular, as pacientes têm muita dificuldade em reduzir as medidas nas áreas comprometidas.
Dor importante ao toque, sensação de peso e pressão nas pernas ou braços, sensação de fadiga extrema, pernas com aspecto de celulite mesmo em mulheres magras e hematomas sem causa aparente são os achados mais frequentes.
Via de regra, é um problema que acomete o sexo feminino, pois homens são raramente afetados. Se você já possui o diagnóstico ou desconfia que este é o seu caso, este post será valioso. Informação é saúde!
O que é lipedema?
É uma doença crônica e progressiva caracterizada pela distribuição anormal e assimétrica de gordura em regiões como pernas, quadril e braços. Outra característica é o comprometimento bilateral e simétrico dos membros.
A região afetada geralmente é dolorosa e frequentemente acometida por celulite.
Suspeita-se que a causa do lipedema seja genética, logo, não está necessariamente relacionada a uma ingestão excessiva de alimentos. Sabe-se que a obesidade agrava a doença, mas são condições diferentes.
Gatilhos hormonais e metabólicos estão envolvidos com a sua manifestação e também com as crises de dor.
Mulheres representam quase o número total de casos, o que indica a influência hormonal citada acima. Como regra geral, a doença se manifesta no final da puberdade, durante a gravidez ou ao longo da menopausa.
Lipedema: sintomas
Agora que você compreendeu o que é lipedema, vamos falar sobre alguns sinais e sintomas da doença:
- Aumento de gordura nas pernas, sem envolvimento das mãos e dos pés.
- Dor e extrema sensibilidade ao toque e pressão nas áreas afetadas.
- Aspecto de garrote nos tornozelos/punhos: o acúmulo de gordura é cessado abruptamente nos tornozelos ou nos punhos – pés e mãos não são afetados.
- Inchaço e sensação de peso nos membros afetados.
- Mobilidade limitada, fraqueza muscular.
- Alteração da aparência, temperatura e textura da pele: pele mais macia e mais fria em comparação com as áreas não afetadas; textura de casca de laranja ou com grandes covinhas.
- Sinal de Stemmer negativo. Isso significa que uma dobra de pele pode ser comprimida e levantada na base do segundo dedo do pé ou na base do dedo médio.
- Tendência frequente a hematomas: podem ocorrer em qualquer lugar nas áreas afetadas por lipedema sem causa aparente.
Conheça os estágios do lipedema
São quatro estágios e a evolução depende de vários fatores – hormonais, metabólicos, nutricionais. À medida que a doença evolui o volume da região comprometida aumenta e o aspecto da pele se torna irregular. Importante lembrar que o ganho de peso também está diretamente associado com a piora do quadro e deve ser evitado.
Os estágios 1 e 2 tendem a responder melhor ao tratamento clínico. Já os estágios 3 e 4 são mais resistentes. Por isso, um diagnóstico precoce de um médico especialista e o início de uma terapia adequada são extremamente importantes para evitar uma progressão da doença.
Estágio I
- Pele lisa. Superfície macia.
- O inchaço aumenta durante o dia e tende a se resolver com o descanso e elevação dos membros.
Estágio II
- Pele irregular, aspecto de ondas, a chamada pele em casca de laranja;
- Nódulos são palpáveis e podem ocorrer lipomas
- O inchaço aumenta durante o dia, com melhora parcial após repouso e elevação dos membros.
Estágio III
- Aumento significativo de volume
- Tecido subcutâneo endurecido e com fibroses
- Inchaço persistente
Estágio IV
- Chamado de lipo-linfedema (linfedema associado)
- Fibrose na pele e tecido subcutâneo
- Inchaço importante e persistente
- Os tecidos formam grandes lóbulos nas pernas e/ou nos braços
Lipedema: tratamento
É possível prevenir um agravamento do lipedema através de um diagnóstico precoce. Dado que esta é uma doença crônica, irá acompanhá-lo/a durante toda a vida, então é importante aprender a lidar com ela.
A melhora do lipedema pode ser influenciada positivamente por um tratamento clínico regular que ajudará a aliviar os sintomas.
Todavia, em casos mais extremos, pode ser indicada a lipoaspiração.
Terapia: DLM e meias de compressão
A DLM (drenagem linfática manual) é uma terapia que estimula a drenagem linfática através de movimentos suaves e lentos com as mãos. Ajuda a descongestionar os tecidos, reduz o edema e o processo inflamatório local.
Associado à DLM o enfaixamento compressivo, as bandagens elásticas e plataforma vibratória auxiliam muito no tratamento. A terapia do lipedema tem como principal objetivo reduzir as dores e mobilizar o líquido dos tecidos. É importante que seja realizada com profissional habilitado.
Roupas de compressão também são indicadas, pois atuam prevenindo o surgimento de mais cogestão no tecido adiposo, principalmente entre as sessões de drenagem linfática. Geralmente, utilizamos meias elásticas medicinais ou leggings compressivas com boa adaptação pelas pacientes que sentem conforto com o uso. Para saber qual é a meia ou legging indicada para você e como usá-la corretamente, é imprescindível o acompanhamento de um médico.
Mudanças consistentes no estilo de vida são necessárias, incluindo uma dieta adequada com alimentos anti inflamatórios, perda de peso quando indicado e atividade física regular. O principal objetivo dessas medidas é reduzir a inflamação e auxiliar a reduzir a gordura não lipedemica, prevenindo a evolução da doença.
Entretanto, mesmo com a dieta correta e exercícios a doença pode progredir e tratamentos futuros podem ser necessários.
Intervenção cirúrgica: Lipoaspiração
Para algumas pacientes, a intervenção cirúrgica (liposucção) pode ser considerada. No entanto, isto deve ser decidido caso a caso, pela avaliação de um profissional ético, que tenha o compromisso de avaliar a possibilidade deste tratamento diante de todas as terapias citadas anteriormente.
A cirurgia consiste na aspiração de gordura através de cânulas, e pode ser classificada em pequena, média ou grande, variando de acordo com a quantidade de gordura retirada e partes do corpo abordadas.
Uma liposucção não é garantia de cura para o lipedema, mas permite alívio e diminuição de grande parte do tecido acumulado. Em alguns casos, algumas cirurgias plásticas futuras podem ser necessárias.
Agende uma consulta na CBV Clínica!
O médico é o profissional adequado para diagnosticar o lipedema. Na CBV Clínica, o Núcleo Vascular é coordenado pela Dra. Roberta Vieira, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), que vem se dedicando ao estudo do Lipedema e possui certificação na área.
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